quarta-feira, 15 de outubro de 2008

"... O Santo Martírio seria uma caricia de Jesus..."


- "É viva a Palavra quando são as obras que falam." (Santo Antônio)
- Como poderia dizer diferente nosso grande irmão Antônio, se, até o fim de sua vida procurou seguir fielmente todo o Santo Evangelho? Grande pregador, mas, muito antes, viveu aquilo que Deus propôs à sua vida. É por isso que sua palavra era escutada pelo coração das pessoas, pois não falava com sua boca, mas a sua vida era uma verdadeira dádiva de Deus, uma verdadeira oferenda às caricias do Pai.
- Um coração que adorou o Pai literalmente e que queria unir-se a Cristo, mesmo quando Ele fosse à cruz. Apaixonou-se pela vida franciscana ao ver os seguidores de Jesus Cristo por meio de Francisco indo para o Marrocos louvando e bendizendo graças ao Pai. Se acabasse aqui, seria uma coisa impressionante, mas ainda aceitável; mas o que nos é admirável é saber que os franciscanos louvavam mesmo sabendo que era certo o Martírio, e foi isso que apaixonou o pequeno coração de nosso Irmão. O mistério do Martírio esteve pregado fielmente à sua alma, apesar de não ter sido um Mártir, pois estava preparado para ser Imolado junto a Cristo, se fosse da vontade de Deus.
- "Ó meu Senhor Jesus, eu estou pronto a seguir-te mesmo no cárcere, mesmo até a morte, a imolar a minha vida por teu amor, porque sacrificaste a tua vida por nós." (Santo Antônio)
- Não viveu, se não para a glória de Deus. Em tudo era humilde e em tudo procurava ser apegado a Cristo. Viveu a pobreza, a Castidade e a Obediência e sem elas não viveria. Por sua vida ser um "evangelho ambulante" ele, em suas pregações, chegou a converter quase cidades inteiras. Verdadeira multidões se ajuntavam para escutar as palavras do Santo. Antes de ser conhecido, poucas eram as pessoas que o escutavam, podemos notar isso quando o Santo quer pregar e ninguém se dispõe a escutar. Mas ele, com sabedoria, se bota perto ao Mar e prega aos Peixes, dizendo: "Se os filhos de Deus não escutam Sua palavras, as criaturas de Deus hão de escutar". E foi assim um dos milagres mais conhecidos do Santo. Mas não devemos nos apegar somente aos milagres dele, pois isso é consequência de toda a sua vida santa. Os milagres de Santo Antônio devem, também, ser meditados atualmente e ver o que Cristo quer nos dizer com isso.
- Outro milagre de nosso grande Santo é a do Burro que não deixou de adorar Jesus Sacramentado. É interessante notarmos, que Antônio não eleva o burro à condição humana, mas nos mostra que muitas vezes somos piores que burros, pois não damos o valor necessário a Jesus escondido no Véu do Altar. Santo Antônio era um verdadeiro adorador. Voltando à frase do começo, podemos notar que ele também não restringia sua adoração à oração, mas em verdadeiros atos de Amor. Doou sua vida para libertar os presos por causa de dívidas, pois sabia "que a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro." (cf. I Timoteo 6:10).
- Em contato íntimo com o Menino Jesus, soube reconhecer como viver com o espírito de criança. Conheceu Maria em todos os seus gracejos e recebia do próprio colo da Mão o Menino Jesus.

sábado, 6 de setembro de 2008

"...Vai e não voltes mais a pecar..."

"Então os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; puseram-na no meio e disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante delito de adultério. Ora, Moisés na lei mandou-nos apedrejar tais mulheres. Que dizes tu pois? Diziam isso para o tentar, a fim de poderem acusar. Porém Jesus, inclinando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. Continuando, porém, eles a interrogá-lo, levantou-se e disse-lhes: Quem de vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Mas eles, escutando isso, foram-se retirando, um após outro, começando pelos mais velhos; ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Então Jesus, levantando-se, disse-lhe: Mulher, onde estão os que te acusam? Ninguém de condenou? Ela respondeu: Ninguém Senhor. Então disse Jesus: Nem eu te condeno; vai e não voltes mais a pecar." (João 8:1-11)
Essa passagem é belíssima e alguns detalhes não podem passar em branco em nossa leitura. A primeira é a renovação do Velho Testamento em Novo testamento. Jesus, em nenhum momento, rompe com a Lei de Moisés (a Antiga Aliança) porém ele veio pregar uma coisa nova às nossas vidas: O AMOR. Ele, porém, podia ter dito: "O que Moisés falou de nada vale", porém ele, sabendo da importância da Antiga Aliança não o fez. Isso mostra que devemos dar uma grande importância ao que já foi dito ao povo de Deus, porém mais importância ainda devemos dar aos ensinamentos de nosso Irmão Maior. A partir do momento em que Jesus prega profundamente o Amor, ele revela aos que acusavam a mulher que suas antigas atitudes eram provenientes da soberba e do ódio. Interessante notarmos a atitude de Jesus. Enquanto os Homens da Lei e Anciãos vem acusa-lo, querendo assim dizer que Ele estava errado e que era profano segundo Deus, ele numa simples atitude prega o Amor ao extremo: "
...Quem de vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra...". O Amor é imenso e nunca acusa (quem acusa, e é profissional nisso, é o demônio), mas dá uma Palavra de Sabedoria. Suas palavras nesse momento perfuraram o coração daqueles que ali estavam a acusar Madalena, penetrou no mais intimo das entranhas deles e eles notaram que não deviam acusar aquela mulher. Talvez, se fosse outra pessoa a falar, que não Jesus, eles não teriam ao menos escutado e teriam apedrejado tal mulher. Porém Jesus, antigamente e atualmente, vem com palavras de mais penetrantes que uma espada de dois gumes, Ele vem e cura nossos coração com palavras que muitas vezes não são fáceis de escutar, mas é para o nosso próprio bem.
Devemos notar também a atitude simples de Jesus, que muitas vezes passa despercebida ao lermos: Jesus inclina-se! Nesse momento ele, de uma maneira real, coloca-se "à altura" da adúltera. Rebaixa-se totalmente, e o faz por Amor. Como pregar o amor estando sendo superior? Não tem como, ele tinha que se baixar e estar ao nível da mulher, que estava ali, jogada ao chão. Prostra-se e olha nos olhos da mulher. Não em sua imensa superioridade, mas em sua imensa pobreza e humildade. Pois sabia que era assim que Ele seria escutado, que Ele colocar-se-ia no lugar dela. Ele revela-nos que não devemos olhar para os outros de cima para baixo, mas nos rebaixar totalmente e, se preciso, olharmos de baixo para cima. Ele no diz que devemos estar no patamar de quem acolhemos. Por exemplo: Ao acolhermos um pobre que está sentado no chão, não olharmos de cima para baixo (de uma maneira espiritual e carnal), mas nos abaixarmos e nos colocarmos realmente no lugar do irmão acolhido. Como o Santo Irmão não farias isso, ele que se rebaixou a condição humana (Filipenses 2:8) e fez-se o último dos homens, segundo foi profetizado (Isaías 53:3). Ele que poderia ter tudo que quisesse escolheu nos ensinar como verdadeiramente amar; nasceu em uma manjedoura em meio aos animais; fez-se pobre durante toda a vida; sendo Deus, deixou-se cuidar por uma mulher (Maria) e a obedeceu com grande amor; sendo Ele o Batismo Perfeito, deixou-se batizar como os pecadores da época; recusou a si mesmo, entregou sua vida por nós, morreu por nossos pecados, Amou até a última gota de sangue; ressuscitou pra mostrar que a morte é muito pequena diante de tão grande Amor; não satisfeito, humilhou-se e fez alimento de nossa'lma através da Santíssima Eucaristia.
A graça do perdão é, também, abertamente falada nessa tão linda passagem: "...
Ninguém de condenou? Ela respondeu: Ninguém Senhor. Então disse Jesus: Nem eu te condeno...". Nisso o Cristo confirma a graça do perdão que damos e que recebemos. Se não condenamos os nossos irmãos por suas atitudes, também Deus não o condenará. Notamos, claramente, que o perdão é uma linda atitude de amor que o próprio Deus nos deu, pois se amamos nosso irmãos não queremos que ele sejam condenado por sua atitude. Perdoemos-nos uns aos outros, mesmo que seja muito difícil ou que nosso irmão tenha errado seriamente conosco; pois Cristo, sendo acusado por coisas que não tinha feito, foi morto na Cruz. Mesmo em meio a todo o sofrimento que passava, tanto no âmbito carnal como no âmbito espiritual, pediu ao Pai que nos perdoasse. Fomos perdoados não por merecimento,. mas pela infinita misericórdia do Senhor. Sejamos misericordiosos para com nosso irmãos.
Pelo ministério dado a Igreja, Cristo nos dá o sacramento da Confissão. É lindo o ato de se confessar. Nos colocamos na posição de Jesus, na medida da humildade e reconhecemos que somos pecadores diante de um homem santo, o Padre. O sacerdote não nos acusa, não nos julga. Faz como Jesus fez, acolhe nossa pequenez, nos dá a Palavra de Sabedoria, que o sacerdote tem pelo mistério dado a Santa Igreja ("...Pedro tu és pedra, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja..."[Mateus 16:18]), e oficializa o perdão de Deus. Muitas vezes os Sacerdotes nos dá um simples e lindo conselho quando terminamos a confissão, ele diz: "Vai e não voltes mais a pecar..." as próprias palavras de Cristo. Uma vez um confessor me disse uma coisa, que julguei muito coerente. "Quando nos confessamos nos tornamos crianças em Deus".
Mas a graça de confessar não basta a oficialização do Sacerdote e sua Bênção, é necessário, para fazermos uma santa confissão, estar ciente de que erramos; nos arrepemder de tais erros; nos propor a mudar e reverter nossa situação e só então nos confessarmos sacramentalmente. Muitas vezes dizemos: "Mas Deus já me perdoou". Devemos tomar cuidado com isso. Deus sempre nos perdoa, porém quando dizemos isso, muitas vezes, é o nosso medo de nos rebaixar em falar nossos erros aos Santos Sacerdotes, medo que Eles nos julguem (o que não acontecerá), enfim, é nossa soberba! "Ora, se nós nos julgamos a nós mesmos não seriamos com certeza julgados. Mas, quando nós somos julgados, somos castigados pelo Senhor, para não sermos condenados com este mundo"(I Coríntios 11:31-32). E é por isso que o confessor nos aconselha atitudes para mudar e oração que devem ser feitas.
Para fazermos uma boa comunhão é necessário estarmos em estado de graça. Caso contrario, o que poderia ser nossa salvação, torna-se a nossa perdição (I Coríntios 11: 27-29). Na última ceia, quando é que Judas Escariotes saiu correndo para entregar Jesus? Depois de receber seu Corpo, na primeira missa que fora celebrada pelo próprio Jesus e que Ele entregara seu corpo e seu sangue aos seus apóstolos. Por que Judas não estava em estado de graça naquele momento, logo comeu e bebeu sua própria condenação.
Não comunguemos como antes, mas queiramos estar sempre cheio de graça para o Pão dos Anjos ser a graça de salvação em nossa vida. Corramos para a confissão sempre que necessário e não temamos ser humildes aos pés de Jesus por meio do Sacerdote.
"Quando nos confessamos nos tornamos crianças em Deus".

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Amor Eucarístico

- "Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão, Ele tomou o Pão em suas mãos, deu graças ao Pai que está no céu, e o partiu dizendo: Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós. Do mesmo modo, ao fim da ceia, Ele tomou em suas mãos o cálice, deu graças, novamente, ao Pai e entregou ao seus discípulos dizendo: Tomai todos e bebei, este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e Eterna aliança que será entregue por vós. Fazei isso em memória de mim."
-Tal passagem é apresentada em 3 dos 4 evangelhos (Mateus, Marcos, Luca) e, também, retomada por Paulo na sua 1º epístola aos Coríntios. Seria muita ignorância de minha parte desprezar tal acontecimento na vida de Cristo. Temos que ressaltar a importância da última ceia por causa da grande onda de heresias que atualmente ocorre contra o Sacro-santo corpo de Cristo.
-Jesus ao pronunciar tais palavras poderia ter usado cerca de 36 verbo, da língua original com qual foi escrito tais passagens, para indicar que o Pão não era o seu Corpo, mas Ele usou um verbo que indica explicitamente que é verdadeiramente o Seu Corpo. Não é um símbolo, como outras denominações Cristãs indicam, não é uma representação, não é apenas em memória de Cristo. Isso é o que diferencia a Santa Missa de qualquer outra celebração religiosa, ela é a renovação do Sacrifício de Jesus na Cruz. Nela se vive toda a Paixão de Nosso Amado. Não é uma repetição, uma imitação, uma simbólica tradição Católica; mas é a renovação. A Santa Missa é sem dúvida o mais sublime ato de amor de Deus, pois é ali que ele se entrega por seus filhos. Entregou sua vida por nós, "abriu" as portas do céu para seus filhos amados, nos revelou a verdade e, como se não bastasse, nos entregou o seu corpo como alimento de vida eterna. Na missa vivemos o Céu na Terra. "Se estou com Jesus, tanto faz está na Terra ou no Céu." (Santa Teresinha).
-Se lermos João 6: 52-60 notamos Jesus nos prometendo Eucaristia. Nos prometendo se dar por nós, não só na Cruz, mas, também, como alimento de nosso espírito.Apesar de João não ter relatado na última ceia a Eucaristia, ele nos relata essa profetização que o próprio Cristo dá a Igreja. A Eucaristia é o Emanuel, Deus conosco (Isaías 7: 14). Jesus não nos mandou somente o Espírito Santo para nos auxiliar, mas nos deu o Pão do Anjos. Até mesmo os Santo Anjos tem inveja de nós. Coitados, não podem comungar, mas somente adorar. Somente a nós é dado o mistério de entrarmos em comunhão espiritual e corpórea Jesus.
-Ao comungarmos entramos em dois mistérios: O de unir nosso coração ao do Ressuscitado e a de unir o nosso coração com toda a Igreja. "...Cremos na comunhão dos Santos...". Tal comunhão se dá entre os Santos que estão no céu e entre todos nós, que participamos do Corpo de Cristo na Terra. Por isso é dito, no Credo mais longo, que, às vezes, é pronunciado antes do ofertório, "...Creio na Igreja Católica, una e santa...". Sabiamente, nos escritos apostólicos, a Igreja é nomeada como o Corpo de Cristo, onde Jesus é a cabeça. "Do mesmo modo que o corpo tem vários membros, mas todos os membros do corpo, embora sejam muitos, são contudo um só corpo, assim é também Cristo." (Coríntios 12: 12).
-A última ceia foi uma ceia tradicionalmente Judaica. (Como assim?). Ela teve todo o ritual que os Judeus usavam, e alguns ainda usam, em suas "reuniões" familiares. Vou fazer uma breve explicação sobre a Ceia Judaica em analogia a última ceia. O patriarca da família (Jesus), depois de imolar o cordeiro para o perdão dos pecados de sua casa/família (por isso Jesus é chamado de Cordeiro de Deus), pega a carne do Cordeiro eleva levanta, dá graças a Deus e dá aos seus filhos (Jesus toma o Pão, que é a sua própria carne, e dá aos seu filhos para que dele se alimentem). O Patriarca (Jesus) também mancha sua casa com o sangue do cordeiro imolado. (Também somos marcados com o Sangue de Cristo).
-A Eucaristia é comparada ao Pelicano. O pelicano, em épocas de seca muito forte, é capaz de abrir em seu peito uma ferida, tirar carne de suas entranhas para alimentar os seus filhotes. Jesus, sem dúvida, tirou de seu peito o alimento que nos sustenta nesse mundo que muitas vezes é árido. Ele não deixaria seus filhos morrerem de fome. Ele sendo Onisciente não soube nos dar mais, sendo Onipotente não pode dar mais. Por isso que a missa é tão importante, mais importante que um Martírio, pois no martírio é um Homem que se morre por Deus; mas, na missa, é Deus quem morre e se entrega por nós e à nós. Não comamos mais deste Sacratíssimo Alimento como antes, pois temos fome e é o próprio Cristo que nos dar de comer. Fez-se humano, humilhou-se por nós, e, como se não bastasse, se tornou Pão. Deu-nos de comer.
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Voltando à passagem citada no começo, temos que notar duas coisas muito importante: "Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão..." essa passagem não está transcrita com essas palavras na Bíblia. Seria redundante cita-la, pois só estando completamente apaixonado e amando profundamente os seus é que Jesus entregaria sua vida por nós. Temos que notar que nas passagens é citada também a "ansiedade" de Jesus por tal encontro com os seus discípulos. Não é para menos, como não ficar ansioso para nos dar um dos maiores presentes: Seu próprio corpo.
-Nossa atenção também não pode desviar quando lemos: "...Sangue da nova e eterna aliança...", Jesus nesse momento cumpre a promessa que fez a Pedro. "...E as portas do inferno não prevalecerão sobre a minha Igreja...". A Igreja citada é a santa e una Igreja Católica, a única que foi criada por ordem de Jesus. Nosso primeiro Papa foi Pedro, e isso é comprovado historicamente. Nossa sucessão apostólica nunca cessou, e foi passando de geração a geração pela imposição de mãos, e assim acontece até hoje.
-"Não entremos na fila da Eucaristia como miseráveis que só sabem pedir e lamentar; mas entremos como cordeiros preparados para ser imolado junto ao Divino Irmão, que se imola, todas as Santas Missas, por causa de nós!".