quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Amor Eucarístico

- "Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão, Ele tomou o Pão em suas mãos, deu graças ao Pai que está no céu, e o partiu dizendo: Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós. Do mesmo modo, ao fim da ceia, Ele tomou em suas mãos o cálice, deu graças, novamente, ao Pai e entregou ao seus discípulos dizendo: Tomai todos e bebei, este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e Eterna aliança que será entregue por vós. Fazei isso em memória de mim."
-Tal passagem é apresentada em 3 dos 4 evangelhos (Mateus, Marcos, Luca) e, também, retomada por Paulo na sua 1º epístola aos Coríntios. Seria muita ignorância de minha parte desprezar tal acontecimento na vida de Cristo. Temos que ressaltar a importância da última ceia por causa da grande onda de heresias que atualmente ocorre contra o Sacro-santo corpo de Cristo.
-Jesus ao pronunciar tais palavras poderia ter usado cerca de 36 verbo, da língua original com qual foi escrito tais passagens, para indicar que o Pão não era o seu Corpo, mas Ele usou um verbo que indica explicitamente que é verdadeiramente o Seu Corpo. Não é um símbolo, como outras denominações Cristãs indicam, não é uma representação, não é apenas em memória de Cristo. Isso é o que diferencia a Santa Missa de qualquer outra celebração religiosa, ela é a renovação do Sacrifício de Jesus na Cruz. Nela se vive toda a Paixão de Nosso Amado. Não é uma repetição, uma imitação, uma simbólica tradição Católica; mas é a renovação. A Santa Missa é sem dúvida o mais sublime ato de amor de Deus, pois é ali que ele se entrega por seus filhos. Entregou sua vida por nós, "abriu" as portas do céu para seus filhos amados, nos revelou a verdade e, como se não bastasse, nos entregou o seu corpo como alimento de vida eterna. Na missa vivemos o Céu na Terra. "Se estou com Jesus, tanto faz está na Terra ou no Céu." (Santa Teresinha).
-Se lermos João 6: 52-60 notamos Jesus nos prometendo Eucaristia. Nos prometendo se dar por nós, não só na Cruz, mas, também, como alimento de nosso espírito.Apesar de João não ter relatado na última ceia a Eucaristia, ele nos relata essa profetização que o próprio Cristo dá a Igreja. A Eucaristia é o Emanuel, Deus conosco (Isaías 7: 14). Jesus não nos mandou somente o Espírito Santo para nos auxiliar, mas nos deu o Pão do Anjos. Até mesmo os Santo Anjos tem inveja de nós. Coitados, não podem comungar, mas somente adorar. Somente a nós é dado o mistério de entrarmos em comunhão espiritual e corpórea Jesus.
-Ao comungarmos entramos em dois mistérios: O de unir nosso coração ao do Ressuscitado e a de unir o nosso coração com toda a Igreja. "...Cremos na comunhão dos Santos...". Tal comunhão se dá entre os Santos que estão no céu e entre todos nós, que participamos do Corpo de Cristo na Terra. Por isso é dito, no Credo mais longo, que, às vezes, é pronunciado antes do ofertório, "...Creio na Igreja Católica, una e santa...". Sabiamente, nos escritos apostólicos, a Igreja é nomeada como o Corpo de Cristo, onde Jesus é a cabeça. "Do mesmo modo que o corpo tem vários membros, mas todos os membros do corpo, embora sejam muitos, são contudo um só corpo, assim é também Cristo." (Coríntios 12: 12).
-A última ceia foi uma ceia tradicionalmente Judaica. (Como assim?). Ela teve todo o ritual que os Judeus usavam, e alguns ainda usam, em suas "reuniões" familiares. Vou fazer uma breve explicação sobre a Ceia Judaica em analogia a última ceia. O patriarca da família (Jesus), depois de imolar o cordeiro para o perdão dos pecados de sua casa/família (por isso Jesus é chamado de Cordeiro de Deus), pega a carne do Cordeiro eleva levanta, dá graças a Deus e dá aos seus filhos (Jesus toma o Pão, que é a sua própria carne, e dá aos seu filhos para que dele se alimentem). O Patriarca (Jesus) também mancha sua casa com o sangue do cordeiro imolado. (Também somos marcados com o Sangue de Cristo).
-A Eucaristia é comparada ao Pelicano. O pelicano, em épocas de seca muito forte, é capaz de abrir em seu peito uma ferida, tirar carne de suas entranhas para alimentar os seus filhotes. Jesus, sem dúvida, tirou de seu peito o alimento que nos sustenta nesse mundo que muitas vezes é árido. Ele não deixaria seus filhos morrerem de fome. Ele sendo Onisciente não soube nos dar mais, sendo Onipotente não pode dar mais. Por isso que a missa é tão importante, mais importante que um Martírio, pois no martírio é um Homem que se morre por Deus; mas, na missa, é Deus quem morre e se entrega por nós e à nós. Não comamos mais deste Sacratíssimo Alimento como antes, pois temos fome e é o próprio Cristo que nos dar de comer. Fez-se humano, humilhou-se por nós, e, como se não bastasse, se tornou Pão. Deu-nos de comer.
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Voltando à passagem citada no começo, temos que notar duas coisas muito importante: "Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão..." essa passagem não está transcrita com essas palavras na Bíblia. Seria redundante cita-la, pois só estando completamente apaixonado e amando profundamente os seus é que Jesus entregaria sua vida por nós. Temos que notar que nas passagens é citada também a "ansiedade" de Jesus por tal encontro com os seus discípulos. Não é para menos, como não ficar ansioso para nos dar um dos maiores presentes: Seu próprio corpo.
-Nossa atenção também não pode desviar quando lemos: "...Sangue da nova e eterna aliança...", Jesus nesse momento cumpre a promessa que fez a Pedro. "...E as portas do inferno não prevalecerão sobre a minha Igreja...". A Igreja citada é a santa e una Igreja Católica, a única que foi criada por ordem de Jesus. Nosso primeiro Papa foi Pedro, e isso é comprovado historicamente. Nossa sucessão apostólica nunca cessou, e foi passando de geração a geração pela imposição de mãos, e assim acontece até hoje.
-"Não entremos na fila da Eucaristia como miseráveis que só sabem pedir e lamentar; mas entremos como cordeiros preparados para ser imolado junto ao Divino Irmão, que se imola, todas as Santas Missas, por causa de nós!".