--“Ouve, ó Israel: Senhor nosso Deus é o único Senhor! Portanto, amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força. Que estas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração. Tu inculcarás aos teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé. Tu as atarás também à tua mão como um sinal, e serão como um frontal entre os teus olhos; tu as escreverás nos umbrais da tua casa, e nas tuas portas.” (Deuteronômio 6: 4-9)
--Ouve, Israel, ouve!
--Estava eu, irmãos, meditando esses dias, sobre a humanidade, sabe. Sobre as nossas incoerências e prioridades. Deparei-me, então, com um fato triste: o maior pecado da humanidade, é a idolatria; pensei eu que era o pecado contra a pureza e a soberba. De sobremaneira, hoje, estou sendo mais direto, notarão? Então, gostaria eu de poder partilhar minha indignação convosco.
--De fato, o falo tal, por notar que as pessoas preferem seguir às suas convicções ou às ideologias do mundo do que amar a Deus com todo o seu entendimento, sua alma e sua força. Deus nunca nos pediu outra coisa senão tal, não nos imbuiu de inúmeras leis, ou no colocou fardos em nossas costas. Pelo contrário, preferiu Ele mesmo fazer tais coisas para que não nos fosse necessário fazer (e se fizermos é por pura e espontânea atitude deliberada de amar).
--Na prática, o que vejo é: temos a disposição de andar quilômetros para ir a uma festa, beber, farrear, etc. Mas não nos detemos em andar alguns quarteirões para participar do Santo Sacrifício da Missa. Temos a simples disponibilidade de coração para passar a madrugada toda em uma festa, dançando; mas não fazemos nada quando se trata em adorar e vigiar pelas coisas de Deus. Forçamo-nos a rigorosos regimes para saciar às mínimas vaidades; mas jejuns... alguns chegam até a dizer que não é vontade de Deus!
--De fato, tudo isso que falei não temos a obrigação em fazê-lo, e nem espero, que por uma determinação hipócrita alguém deseje fazer isso; simplesmente expus a verdade tal qual ela é. Tentei expor a realidade de nosso coração que tem o nosso tesouro nas coisas da terra. E se nosso tesouro, aquilo pelo qual mais lutamos, está na terra, ai também estará nosso coração (cf. Mateus 6: 21).
--Loucura desse mundo, loucura mesmo. Abandonar aquilo que é eterno pelo preço do prazer, pelo preço que nenhum pecado pode pagar. Ah, se as almas soubessem o preço que elas custam. Se soubéssemos o preço de cada chaga aberta de Cristo, de cada gota de sangue. Se soubéssemos o preço de cada alma que se perde, não seriamos tão corruptíveis.
--Um dia, um irmão, estava me falando sobre o que a tradição fala sobre o sofrimento de Jesus no horto das oliveiras. Foram três horas de sofrimento:O inimigo lhe apresenta o quanto ele tem que sofrer pelo pecado da humanidade; os anjos mostram o quanto ele deve sofrer em expiação de cada pecado e pelo santificação de cada alma; o inimigo mostra as almas que, apesar de todo o Amor que Cristo distribuiu livremente, escolherão por não amá-lo e irão se perder. Nessa última hora, foi a hora em que Jesus suou sangue, pois pior do que sofrer é sofrer em vão!
--Nossa disposição é, ainda hoje, muito farisaica. Dizemos que amamos a Deus, dizemos que o adoramos. “Todos conhecem a Jesus!”. Loucura do mundo dizer isso, hipocrisia nossa. Poucos são os que realmente conhecem a Jesus, Ele não é uma marca, é uma pessoa que vive, tem identidade, e não é algo.
--Muito me dói entrar nas Igrejas e ver pessoas se perderem em tantas conversas vãs, muitas vezes com Jesus exposto no Santíssimo Sacramento, exatamente na hora em que Jesus “se despe” de sua condição divina para se mostrar tal como é. Muito triste tal realidade, muitas vezes se trata a Jesus como algo morto, ou um “poço dos desejos” onde se coloca uma moeda e se faz um desejo: espera-se então que ele atenda.
--De fato, em contrapartida, fico muito feliz por ver a misericórdia de Deus, e o Amor que Ele manifesta a cada um desses. Fico feliz por saber que Ele não nos escolheu por merecermos, ou por fazer algo. Nos escolheu de graça, e é de graça que nos dá tudo, é de graça que nos Ama. Então, não precisamos nos dispor por proposições hipócritas de fazer tais e tais coisas para agradar a Deus, pois só o Amor pode o agradar verdadeiramente e nenhuma miséria, mesmo a mais grave, pode o entristecer ou fazer com que Ele nos deixe à mercê.
--Irmãos, alegremo-nos, pois o Amor a nós foi manifestado e sim nós temos que exultar de alegria n’Ele. Só n’Ele consiste toda a alegria, só n’Ele. Não adianta buscarmos no mundo aquilo que n’Ele não iremos encontrar.
-- “Pois Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
--E nos Amou tanto que nos qualificou como filhos, e nos deu a mesma herança que só Cristo é dignitário de tão grande mérito; mas o “Amor não sabe medir” (Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face)! Por que recorremos a felicidades tão vãs se a nós ela é manifestada de graça.
--Não nos preocupemos nem quando nos chamarem de loucos, por que Amamos a Cristo com todo o nosso coração entendimento e nossa força, e colocarmos Ele no centro de nossa vida, não nos preocupemos, pois: Esse é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e exultemos. Alegremo-nos principalmente quando buscarmos a Cristo de todo o coração e por amor a Ele formos perseguidos (cf. Mateus 5: 11).
--Luz e Paz, da parte da Nossa Alegria.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
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